25/08/2016 14h15

Homenagem aos 90 anos de Dom Luís marca entrega do prêmio

O Palácio Anchieta abriu as portas para homenagear pessoas e instituições comprometidas com as causas sociais e ambientais no Espírito Santo, com a entrega do 12º Prêmio Dom Luís Gonzaga, nesta quarta-feira, 24 de agosto. A data escolhida para a cerimônia deste ano foi o dia do nascimento do líder religioso Dom Luís, que dá nome ao prêmio, que estaria completando 90 anos.

O prêmio, uma iniciativa do Governo do Estado, tem a finalidade de homenagear pessoas e instituições que contribuem com a transformação da realidade capixaba, servindo também de exemplo para que outras pessoas sigam o mesmo caminho.

O governador Paulo Hartung ressaltou que a 12ª Edição do Prêmio Dom Luís Gonzaga Fernandes é importante para resgatar bons valores na sociedade com exemplos que servem de inspiração. "Dom Luís é inspiração de boas práticas, bons exemplos e boas trajetórias de vida neste vazio de liderança que vivenciamos atualmente no Brasil. Isso é Dom Luís. Precisamos aproveitar esse evento que serve de premiação, inspiração, reflexão de pessoas que cuidam da humanidade", disse.

"Neste dia que comemoramos o aniversário de Dom Luís devemos chacoalhar a alma e enfrentar essa correnteza do egoísmo e individualidade para resgatar a solidariedade humana", completou.

O trio Fames Sax Dance, composto por Jovaldo Guimarães, Rondineli Mendes e Guilherme Dias, da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), marcou a abertura do evento. A apresentação contou com clássicos da música brasileira como Carinhoso, de Pixinguinha; Fascinação, de Dante Pilade; e Brejeiro, de Ernesto Nazaré.

Neste ano, os homenageados foram o Centro de Valorização da Vida – CVV; Hermógenes Lima da Fonseca (in memoriam); Joaquim Beato (in memoriam); Projeto “Da tranca para rua” – Defensoria Pública Estadual.

Em um discurso emocionado que comoveu as pessoas presentes, Dona Vitória Torezani Beato falou com muito carinho sobre o pastor, teólogo, professor e marido (in memoriam), Joaquim Beato. Segundo ela, suas palavras vinham do coração e por isso afirma que foram 33 anos muito abençoados que viveu ao lado de Joaquim. “Ele sabia ouvir, especialmente casais para aconselhamento. Sabia muito meditar sobre tudo que ouvia e costumava não ser juiz.” Com muita emoção, finalizou seu discurso relembrando suas últimas palavras: “Estamos passando, mas precisamos principalmente marcar bem”.

Ao receber o prêmio, representando a Defensoria Pública do Estado, o defensor-geral, Leonardo Oggioni Cavalcante, disse que se sente orgulhoso pelo trabalho desenvolvido pela instituição. "É uma honra para a Defensoria Pública Estadual ser agraciada com o Prêmio Dom Luís, principalmente pelo que ele representa. São valores e ideais que vão diretamente ao encontro de tudo o que é proposto pela instituição: a defesa dos direitos dos menos favorecidos e a promoção da justiça e da solidariedade”, disse.

O reconhecimento do projeto “Da tranca para rua” reflete a importância de se trabalhar em prol desses valores, e mostra que estamos no caminho certo. A ideia trabalhada pelos defensores públicos Marcello Paiva de Mello e Cláudio Angelo Correa Gonzaga promove a educação cidadã, o conhecimento e a difusão de conteúdo jurídico, para que tanto os internos das unidades prisionais capixabas quanto seus familiares possam exercer plenamente sua cidadania. Por meio dessas atividades eles passam a conhecer os institutos básicos da execução penal, além de seus direitos e deveres como cidadãos e detentos, contribuindo para sua formação intelectual e sua reinserção na sociedade.

Maria Augusta Fonseca, viúva do valente defensor dos direitos dos quilombolas, Hermógenes Lima da Fonseca (in memoriam), conta que o prêmio dignifica a pessoa do seu amado e saudoso companheiro, não só pelo que ele foi em vida, mas principalmente pelo seu idealismo na defesa dos direitos humanos.

Durante o discurso, a neta de Hermógenes, Tatiana Fonseca Portela, falou sobre o legado deixado pelo avô. “Para as pessoas que tiveram o privilégio de desfrutar da sua companhia, será sempre lembrado como o mestre que gostava de doar os seus ensinamentos com simplicidade e gestos de humildade, como fazia com os participantes do Ticumbi, do Alardo, das Pastorinhas, do Jongo, do lugar que mais amou e se dedicou que foi Conceição da Barra. Deixou o legado de que devemos viver com a alegria, compartilhar com o próximo a sabedoria e a bondade, e termos como premissa a igualdade social”.

Representando o Centro de Valorização da Vida (CVV), Vinícius Leite Almeida falou em seu discurso que o trabalho que eles exercem basicamente se dá por meio da escuta, criando um meio de saber ouvir pessoas que realmente precisam ser ouvidas. “Procuramos evoluir sempre e para isso é preciso desenvolvermos cada dia mais a solidariedade, assim como sermos mais humanos”.

Autoridades presentes e organização do prêmio

Dentre as autoridades presentes no evento estavam o governador Paulo Hartung e os secretários de Estado do Governo, Angela Silvares; de Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia; de Economia e Planejamento, Régis Mattos; de Gestão e Recursos Humanos, Dayse Lemos; Direitos Humanos, Júlio Pompeu; de Controle e Transparência, Eugênio Ricas; de Justiça, Walace Pontes; de Educação, Haroldo Correa Rocha; de Assistência Social, Rodrigo Coelho; de Ações Estratégicas, Gabriela Lacerda; de Turismo, José Salles; e de Esporte e Lazer, Edimilson Barbosa.

Além dessas autoridades, também prestigiaram o evento o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Coronel Carlos Marcelo D'Isep; o presidente do Tribunal de Contas (TC), Sérgio Aboudib; o conselheiro do Tribunal de Contas (TC), Domingos Tauffiner; a subprocuradora de Justiça, Heloisa Malta Carpi; o defensor público-geral, Leonardo Oggioni; o presidente da Associação de Defensores Públicos, Pedro Paulo Coelho; o diretor-presidente do Prodest, Renzo Colnago; o diretor-geral da Suppin, Sérgio Gianordolli; e a presidente do Procon, Denise Izaita.

Da comissão organizadora do prêmio, estavam presentes Cláudio Humberto Vereza Lodi, presidente da Comissão, assim como os membros: Padre Alberto Fontana, Cristóvão Colombo, Giovana Marcia Valfré, Laura Maria Shneider, Maria Elvira Bazet, Dante Segundo Pancini, Marialva Pinto Coelho Vello e a secretaria executiva Mariléia Pimenta.

A equipe que compõe a comissão do prêmio começou a se reunir em abril para realizar as pesquisas, fazer as avaliações e os julgamentos das pessoas e entidades que se destacam no trabalho de promoção à igualdade entre as pessoas.

SOBRE OS PREMIADOS

Centro de Valorização da Vida – CVV

O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar por telefone, e-mail, chat e Skype, 24 horas todos os dias, com total sigilo.

Hermógenes Lima da Fonseca (in memoriam)

Nasceu em Conceição da Barra no dia 12 de dezembro de 1916 e faleceu no ano de 1996. Contador, folclorista, jornalista e político.

Foi um incansável pesquisador, defensor e divulgador da cultura popular e do folclore capixaba; foi membro fundador da Comissão Espírito-Santense do folclore; foi também membro da Academia Espírito-Santense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHG-ES), que completou 100 anos de fundação este ano, e da Associação de Imprensa. Foi um valente defensor dos direitos dos quilombolas e foi um político batalhador e coerente.

Joaquim Beato (in memoriam)

Pastor, teólogo, professor e ex-senador. Ajudou a fundar o curso de Filosofia na UFES em 1988. Foi fundador da Igreja Presbiteriana Unida e foi presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs. Beato foi um dos grandes nomes do Fórum Reage Espírito Santo, movimento de combate ao crime organizado no Estado.

Projeto “Da tranca para rua” – Defensoria Pública Estadual

Um projeto inovador no sistema penitenciário capixaba, que visa informar e conscientizar os detentos acerca dos direitos que eles possuem, à luz do Direito Penal e da Constituição Federal, como qualquer cidadão brasileiro.

Com essa motivação, os defensores públicos Cláudio Angelo Correa Gonzaga e Marcello Paiva de Mello lançaram o “Tranca pra Rua”, que pode ser resumido como um curso intensivo, presencial e on-line, voltado a ensinar aos presidiários direitos elementares.

O Prêmio

O Prêmio, criado pela lei estadual 7.844/04, foi instituído em 2004 em homenagem a Dom Luís Gonzaga. A homenagem é para lembrar e manter viva a memória desse líder religioso, que marcou de forma definitiva toda uma geração de capixabas na luta pela reconstrução da democracia. A entrega do Prêmio acontece sempre na quinta-feira útil que precede o dia 24 de agosto, data em que Dom Luís estaria aniversariando.

Falecido em abril de 2003, o bispo trabalhou em defesa dos menos favorecidos, despertando a consciência para a justiça, a solidariedade e a redução das desigualdades sociais. Além disso, ele sempre destacou a figura da mulher na Igreja e na sociedade, confiando cargos de liderança e contribuindo para que a Igreja em Vitória assumisse a face de uma igreja que valoriza a mulher.

Dom Luís foi bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória, no período de 1966 a 1981. Também foi membro da Comissão Teológica e Litúrgica da CNBB, membro do Departamento de Leigos, membro da Comissão Nacional Ampliada das Comunidades Eclesiais de Base e bispo de Campina Grande.

 

Informações à imprensa:

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Foto: Leonardo Duarte/Secom-ES

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