Pouco mais de 1,5 milhão de capixabas
A Campanha de Vacinação contra a Influenza, antecipada pelo Ministério da Saúde para março, terá no Espírito Santo 1.549.763 capixabas aptos a receberem a imunização contra a gripe neste ano. As doses, que chegaram ao Estado nesta sexta-feira (15), estarão disponíveis para retirada dos municípios na próxima segunda-feira (18). Os municípios, assim que retirarem as doses, já podem iniciar a campanha.
O Estado recebeu a primeira remessa de vacinas, com 14.800 doses de influenza. O envio de mais imunizantes ocorrerá ao longo da campanha para contemplar todos os grupos prioritários. Ela acontecerá até o dia 31 de maio de 2024. Aos municípios que optarem pela realização de um dia “D” de mobilização, o órgão federal orienta que seja feito no dia 13 de abril. A expectativa é que o Estado possa superar a cobertura de 54% dos grupos prioritários do ano anterior, alcançando a meta preconizada pelo Ministério da Saúde que é de 90%.
A campanha tem como objetivo reduzir as complicações, as internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da influenza. Ela, que tradicionalmente é realizada em todo o Brasil entre os meses de abril e maio, neste ano terá início em março, em razão do aumento da circulação de vírus respiratórios no país.
A vacina utilizada é trivalente, ou seja, apresenta três tipos de cepas de vírus em combinação. Ela é atualizada anualmente, com objetivo de proteger contra os principais vírus em circulação no País, por isso a importância de atualização do esquema vacinal dos grupos prioritários, mesmo tendo tomado a dose no ano anterior. Para este ano, as vacinas serão compostas pelas cepas: Influenza A/Victoria/4897/2022 (H1N1) pdm09; Influenza A/Thailand/8/2022 (H3N2); e Influenza B/Austria/1359417/2021 (B/linhagem Victoria).
As doses, assim que chegarem ao Estado, estarão disponíveis nas mais de 700 salas de vacinação.
Podem se vacinar:
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
- Crianças indígenas de 6 meses a menores de 9 anos;
- Trabalhadores da Saúde;
- Gestantes;
- Puérperas;
- Professores dos ensinos básico e superior;
- Povos indígenas;
- Idosos com 60 anos ou mais;
- Pessoas em situação de rua;
- Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
- Profissionais das Forças Armadas;
- Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
- Pessoas com deficiência permanente;
- Caminhoneiros;
- Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
- Trabalhadores portuários;
- Funcionários do sistema de privação de liberdade;
- População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).
Abaixo tabela com estimativa populacional no Estado referente a cada grupo prioritário.
Estado não alcançou cobertura preconizada em 2023
Pelo segundo ano consecutivo, o Espírito Santo ficou abaixo dos 90% de cobertura ideal preconizada pelo Ministério da Saúde em relação à imunização contra a influenza. Com 54% na campanha de 2023, o Estado teve a 7ª pior cobertura do País, ficando atrás de Santa Catarina, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Acre – as menores coberturas em ordem decrescente.
Nos anos anteriores, o Estado figurou entre as melhores coberturas entre os estados brasileiros, alcançando a 8ª posição em 2022, com 71,29%; o segundo lugar em 2021, com 89,97%; e o primeiro lugar em 2020, com 106,26%.
De acordo com a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis (PEI), Danielle Grillo, a baixa adesão à campanha da gripe em 2023, e consequentemente a baixa cobertura, foram resultados da disseminação de desinformação.
“Tivemos muitos relatos de pessoas que acreditavam que se vacinassem contra a Influenza, recebiam a da Covid-19 também. Outras que acreditavam que ficariam gripadas ao se vacinar, entre outras desinformações”, explicou Grillo.
Para o cálculo de cobertura vacinal, levam-se em consideração os grupos de maior taxa de complicações, internações e mortalidade. São eles: crianças de 6 meses a menores de 6 anos, povos indígenas, gestantes, puérperas e idosos. A meta preconizada pelo órgão federal é de 90%.
“O Ministério da Saúde classifica esses grupos como prioritários para cobertura justamente devido à preocupação que eles trazem, por estarem mais suscetíveis ao caso grave da gripe, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que pode levar à morte”, alertou a coordenadora. Em 2023, o Estado registrou 303 casos de SRAG, com 19 óbitos.
Danielle Grillo ressalta, entretanto, que o Espírito Santo já configurou entre as melhores coberturas de gripe do país durante anos e que o Programa Estadual de Imunizações, com os municípios, vem trabalhando e fortalecendo ações para que o alto índice volte.
Em 2023, as coberturas por grupos foram:
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos: 59,76% (meta 90%)
- Indígenas vivendo em terras indígenas: 77,39% (meta 90%)
- Gestantes: 68,68% (meta 90%)
- Puérperas: 37,11% (meta 90%)
- Trabalhadores de saúde: 52,37% (meta 90%)
- Professores: 39,26% (meta 90%)
- Idosos (60 anos ou mais): 57,27% (meta 90%)
- Cobertura total: 56,50% (meta 90%)
Para os demais grupos é monitorado o número de doses aplicadas. Ao todo, somando os grupos com meta (653.272 doses) e demais grupos prioritários (651.914 doses), o Estado totalizou 1.305.186 doses aplicadas em toda a campanha.
Grupos prioritários e estimativa populacional para campanha de 2024
Grupos Prioritários |
Estimativa populacional |
Crianças (6 meses a menores de 6 anos) |
251.197 |
Pessoas de 60 anos e mais |
631.398 |
Gestantes |
38.797 |
Puérperas |
6.378 |
Indígenas vivendo fora da terra indígena |
7.628 |
Indígenas vivendo em terra indígena |
3.338 |
Trabalhadores de saúde |
124.416 |
Pessoas com deficiência permanente (a partir de 12 anos) |
158.863 |
Adolescentes em medidas socioeducativas (menores de 18 anos) |
530 |
População privada de liberdade (18 anos e mais) |
22.871 |
Funcionário do Sistema de Privação de Liberdade |
5.082 |
Comorbidades |
153.205 |
Professores |
57.311 |
Forças Armadas |
1.361 |
Pessoas em situação de rua |
1.519 |
Forças de Segurança e Salvamento |
12.209 |
Caminhoneiros |
40.463 |
Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário passageiros urbano e de longo curso |
14.364 |
Trabalhadores portuários |
18.834 |
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